segunda-feira, 29 de junho de 2009

119 - IX CLÁSSICA PORTIMÃO - FÓIA





































































































































Um dia muito feliz para mim. Foi um culminar de semanas de ansiedade pela responsabilidade de ter convidado os companheiros espanhóis a virem participar numa ciclodesportiva portuguesa. Tinha receio que eles não viessem, e isso significaria que o meu empenho em trazê-los a Portugal não tinha dado frutos. Por outro lado tinha medo que algo pudesse correr mal.
Na nossa região só a Portimão - Fóia e o Passeio de Almodôvar podem atrair ciclodesportistas espanhóis e não os deixarem decepcionados. Não estão habituados aos passeios a 10 à hora, sem roda-livre. Na Espanha corre-se mais e muito mais duro que entre nós. Mas a Portimão - Fóia não podia ter sido melhor: excelentemente organizada, com um percurso duríssimo, um ambiente de são convívio e muita animação, boa comida e até o pormenor do balcão da cerveja à porta do pavilhão foi uma maravilha. Os companheiros espanhóis da Peña Ciclista de Lora del Río e do Club de Ciclismo de Espartinas adoraram e ficaram muito sensibilizados pela maneira como foram recebidos entre nós.
Quanto à corrida em si, iniciei-a com a minha equipa da Juventude Desportiva das Fontaínhas, que se esqueceu de me convocar, apesar de eu todos os anos correr a Portimão - Fóia, e esta ter sido a 1ª vez que vi os meus colegas participarem.
Tive um companheiro que fez toda a corrida comigo, o Joaquim Martins, e outro que nunca baixou os braços, o Ricardo. Tentei acompanhar os melhores, nem sempre com êxito, e a partir do abastecimento subimos ao nosso ritmo, sempre a papar quem surgia à nossa frente. Subimos muito bem, e no final o Joaquim rejubilava com a nossa prestação.
O tempo não ajudou, muita chuva, nevoeiro, frio, cacimba, estrada escorregadia, a roupa colada ao corpo, as sapatilhas empapadas. Mas valeu a pena.
Um abraço para o Joaquim Martins, para o Alejandro, D. Manuel Carrasco, que com 74 anos deixou muita gente jovem agarrada ao chão, ao grande amigo Manuel Cascales, presidente da Peña de Lora del Río, e à sua esposa Elena, de grande simpatia, ao Júlio Carmona, ao Victor Gil e ao Manuel García, pela sua presença entre nós. Agora tudo ficaria perfeito se no dia 13 de Setembro os Ciclodesportistas de Portimão enviassem uma representação à V Marcha Javier Ramírez Abeja em Lora del Río.

Galeria fotográfica em http://www.cycloweb.com/

segunda-feira, 22 de junho de 2009

118 - MUITAS EMOÇÕES NO REGRESSO A CASA


















Tinha ouvido que em Almeirim faziam uma coisa porreira, e pensava há muito em poder um dia correr "em casa". Depois de tantos anos em território apache, queria sentir o gosto de voltar a pisar a terra dos comanches que me viu nascer. Podia juntar o útil ao agradável, correr em Almeirim de manhã, e visitar a minha família nas Fazendas de Almeirim e em Coruche.


Para grande surpresa, a Rota da Sopa da Pedra, assim denominada esta corrida por equipas de cicloturismo, organizada pela 20 Km de Almeirim, não só era uma coisa porreira, mas um caso exemplar de organização e de animação, com mais de 70 equipas concorrentes, algumas de lugares tão remotos como Trancoso, Évora ou mesmo Vila Real de Santo António, sendo que a maioria era naturalmente do Ribatejo, Oeste, Lisboa e Extremadura.


Por ter vindo só, a Organização colocou-me com mais 3 companheiros de Óbidos, e assim poder formar uma denominada equipa Ciclobikes. Cedo percebi que aqueles 3 camaradas tinham demasiada pedalada para mim. Assim optei por esperar por uma equipa com menores pretensões, e assim poder gerir melhor o esforço ao longo dos 71,3 quilómetros do percurso.


Algumas equipas fizeram uma média bem superior a 40 km/hora, o que mostra que estavam ao nível das equipas profissionais. Fazer mais de 40 de média em equipas às vezes com mais de 10 elementos é obra.


Não me senti mal, apesar de não poder competir com os melhores. Passei equipas inteiras, e uma vez mais optei por seguir na roda de gente mais forte, e assim poder usufruír de andamentos mais rápidos. Mas muitas vezes acabei por ser eu a "puxar", o que, ao contrário do que se possa pensar, não significa que estivesse mais forte que os outros, mas sim mais ingenuidade.


Foi com muita emoção que entrei no concelho de Coruche. Foi a primeira vez que pisei terras coruchenses em cima duma biclcleta de estrada. Como gostaria que o meu Pai ainda estivesse vivo para me ver!!!

terça-feira, 16 de junho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

116 - TUDO BEM EM ESPARTINAS

































Finalmente uma corrida sem chuva. No último ano quase todas as corridas em Espanha foram marcadas pela chuva. Não desta vez, apesar de na ida e no regresso ela se ter feito sentir.
Era a minha terceira vez em Espartinas, desta feita com um troço livre enormemente reduzido, em vez dos tradicionais 80 km a organização baixou para 10, em conformidade com o regulamento do Circuito Provincial de Sevilha.
À chegada grande surpresa: o Juan de Huelva saudava-me efusivamente. Depois de nos termos conhecido em Málaga, e de termos participado na corrida de Isla Cristina, o nosso amor pelo Ciclismo voltava a juntar-nos.
Velhos conhecidos alegravam-se à minha chegada: o Álvaro de Herrera, o Juan Leal de Espartinas, o Manolo Cascales de Lora del Río. E outra surpresa: os profissionais do Andalucía - Cajasur Javier Ramírez Abeja e Jesús Rosendo, patronos respectivamente das Corridas de Lora del Río e de Carmona tomavam parte na Corrida de hoje. E há bem pouco tempo havia estado com eles em Ferreira do Alentejo, por ocasião da Volta ao Alentejo. Tirámos uma foto juntos para o meu álbum de recordações.
Um dos maiores pelotões de que há memória na Andaluzia: lindo de ver a serpentear por entre campos de girassóis. E quando a hora H se aproximou podia-se ouvir o nervosismo do silêncio dos campos do Aljarafe e no "zzzz" das rodas das bicicletas. Nem uma voz, nem um som por parte dos ciclistas, só os passarinhos e o ruído das rodas a deslizarem no alcatrão. MAGNÍFICO.
Muita luta, muito despique por um lugar à frente dos contendores mais ao nível de cada um. Por mim a constatação que tenho muito para aprender, mas cada vez sei um pouquinho mais. Agora nada de atacar para não ficar esgotado. Os outros que puxem. Sempre na 2ª ou 3ª posição, de cada vez que um salta para a frente manter o posicionamento no grupo. E nunca puxar, a única vez que o fiz perdi energias fatais. E "chupar rueda", sempre a mamar no roda da frente, e poupar-me para as rampas de 18% da Alto del Chorrito. Que me matam, 18% no final de uma corrida!!! Chegar, cortar a meta e não poder respirar.MAGNÍFICO outra vez, gostei!!!
E aceitar água fresca dos habitantes de El Chorrito, e aceitar um refresco oferecido pelo Juan, são essas coisas que me fazem adorar estas corridas. Segue-se Fuentes de Andalucía.