segunda-feira, 20 de julho de 2009

126 - FUENTES DE ANDALUCÍA - NÃO SEI CORRER E DIFICILMENTE IREI APRENDER





























































Tudo está bem quando acaba bem. Mas neste caso tudo está mal porque acabou mal.
No ano passado fiz este mesmo percurso em quase metade do tempo.
Eu sei muito bem que não sei correr, e que muito dificilmente irei aprender qualquer coisa com esta idade. Sempre gostei muito disto mas comprei a primeira bicicleta aos 47 anos. Bem me ensinam que devo meter mudanças mais leves para ir mais rápido, com cadência, que devo gerir o esforço para não rebentar, mas interiorizar isso no calor da corrida é bem mais difícil. Também sei que tenho que correr mais depressa nos treinos para aguentar depois nas corridas, mas é fácil deixarmo-nos embalar por um ritmo mais suave quando treinamos sozinhos.
O único ponto a meu favor é uma vontade inabalável, nunca atirar a toalha ao chão seja em que circuntância for e, apesar dos fracassos, não deixar nunca de estar presente. Afinal de contas isto tem que ser uma diversão, e só nessa perspectiva é que pode fazer sentido para uma pessoa como eu. É claro que nos sentimos todos um pouco Lance Armstrong de trazer por casa, frustrados é evidente, por não termos podido nunca ter sido ciclistas a sério. Mas como diz aquele moço ao meu lado na foto acima, o Álvaro de Herrera, isso é um privilégio de muito poucos, é uma dádiva da Natureza, somos o que somos, e não o que gostaríamos de ser. Podemos tentar, podemos lutar por isso, podemos às vezes sentir a emoção de estar numa corrida com profissionais, de ter um público a aplaudir-nos, de cortar uma meta, mas ser como os profissionais só a brincar. E é mesmo assim que deve ser, é para isso mesmo que estas marchas são organizadas. Se bem que o cicloturismo esteja de moda na Espanha, e com a criação deste Circuito de Sevilha tendam a desaparecer os mais fracos ( quase já não há mulheres, idosos ou jovens), e este facto tem dado origem a pelotões cada vez mais selectivos, e onde cada vez mais é difícil de correr.
Um desarranjo intestinal, motivado pela ingestão de suplementos energéticos, levou-me à cauda do pelotão por motivos óbvios. Quando foi levantada a bandeira para dar início à roda-livre já estava em último lugar. Acresce que uma queda dum amigo algum tempo antes, me tinha feito ficar com ele durante muito tempo, e posteriormente ajudado a recolocá-lo no pelotão, o que me levou a desperdiçar muita energia, que me viria a fazer falta nos momentos cruciais.
Lutar para sair dos últimos lugares foi um esforço inglório: se bem que início até parecia fácil, ia passando uns atrás doutros, vi-me de repente à frente dum mini-pelotão. Ora isto era precisamente o que eu não queria, já tinha concluído que não é bom estar a puxar pelos outros. E se tentava que outro me passasse, eles arranjavam as coisas para eu logo ficar outra vez na frente. Ou são muito macacos ou eu sou muito ingénuo, pois logo voltava a cair na esparrela. Até que rebentei, e foi vê-los ir embora e eu sem força para ir com eles. E depois foi ver passar por mim todos aqueles que eu tinha anteriormente ultrapassado. Um a um, paulatinamente, foram passando por mim, e eu nem tinha força para ir na roda deles.
No final, quase último, e com uma média de quase metade da do ano anterior, num percurso igual. A constatação que não basta o meu querer, a minha vontade, os treinos diários. É preciso inteligência, perspicácia, e sobretudo muita experiência, tudo coisas que a mim me faltam. Quem me ajuda?

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