terça-feira, 22 de setembro de 2009

139 - QUANDO EU ERA PEQUENINO...

Quando eu era pequenino...aí pelos meus 10, 11 anos havia uma revista de banda desenhada que a minha mãe sempre me trazia quando ia à vila. Não é que não vivêssemos na vila, mas o bairro onde morava era na periferia.

A revista chamava-se " O Falcão " e tinha as aventuras do Buffalo Bill, do Kit Carson, Billy the Kid, Fantasma, Mandrake, etc., e lançou uma colecção de ciclistas portugueses na contra-capa, que podíamos destacar, através dum picotado, sem danificar a revista.

Foi um salto enorme nas minhas actividades ciclisticas!!! Passei das caricas da Rical, com os nomes dos ciclistas escritos na corticite que revestia o seu interior, com que fazia "Voltas a Portugal" na borda do passeio do quarteirão onde morava, para imagens a sério dos ídolos, que até aí só tinha de recortes do jornal.
Que alegria encontrá-los agora, tantos anos volvidos, no Museu do Ciclismo http://www.cyclingmuseum.net/ e recordar os dias felizes de então.Para quem se lembra deles aqui estão alguns:
São eles : Emiliano Dionísio, António Acúrsio, Joaquim Andrade, Firmino Bernardino, Alberto Carvalho, Herculano Oliveira, Manuel Correia, Augusto Cardoso, Manuel Ferreira, Gabriel Azevedo, José Azevedo, Fernando Mendes, Francisco Valada, José Vieira Dias, Vítor Tenazinha, Carlos Santos, Pedro Moreira, Américo Silva, Mário Silva, João Roque, Sérgio Páscoa e Leonel Miranda. Falta aqui o mais célebre de todos, o Joaquim Agostinho

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

138 - MEMÓRIAS DA VUELTA





A etapa de hoje da Volta à Espanha trouxe-me à memória gratas recordações de há três anos atrás, quando me decidi ir até Almería, para participar na 1ª Etapa de la Vuelta a España, num percurso quase igual ao de hoje.
Quem pôde ver na TV a serpenteante estrada até ao Calar Alto e depois até ao Velefique, pode imaginar o difícil que terá sido para mim, quase com 50 anos, numa bicicleta pesando 11 quilos e 400 gr, em aço, fazer o mesmo percurso que os profissionais.
Tinha trocado uma pesadíssima bicicleta de supermercado por aquela Cinelli com mais de 20 anos, comprada em 3ª ou 4º mão a um colega de trabalho, mas que me parecia super-leve em comparação com a outra, e nem sequer imaginava que haviam bicicletas muito mais leves.
Não tinha a menor noção do que me estava a meter: julgava que por ter subido a Serra da Estrela estava preparado para o que der e vier. E podem crer que foi uma jornada terrível, de muito, muito sofrimento. Como podem ver na fotografia a estrada não parava de subir. As cãibras a darem dores lancinantes, a bicicleta parecia chumbo.
O percurso foi ao contrário de hoje: passámos o Velefique, descemos, subimos ao Calar Alto. Na descida o sofrimento ainda era maior, o frio gelava até os ossos...Trovoada, a chuva a tapar a visão, relâmpagos mesmo em frente dos nossos olhos, trovões a ribombarem mesmo em cima das nossas cabeças.
Mais de metade dos concorrentes desistiram, o que dá para ver como foi duro.
Entre os participantes um de Cascais, um de Bragança, um de Messines e cinco dos célebres "Montanelas" de Boliqueime, um dos quais, o Desidério, ganhou a sua categoria.
Mas não foram só dificuldades. Houve também muito deslumbramento para quem nunca tinha participado numa cicloturista com tal envergadura. Dorsal, camisola comemorativa, abastecimento apeado e em movimento, a partir de motos da organização, almoço volante à chegada, autocarros para nos levar de volta a Almería, correr ao lado de ex-profissionais, como Abraham Olano e Miguel Induráin, organização do melhor...
Naquele dia nasceu o bichinho que haveria de me levar muitas mais vezes a correr em Espanha.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

137 - TIMOR LOROSAE

É só uma curiosidade: o equipamento da Selecção Nacional de Timor-Leste, usado no recente Tour de Timor.
Os timorenses têm participado nos Campeonatos Asiáticos de Ciclismo, onde, para além de estarem a ganhar experiência internacional, podem mostrar-se como nação livre e independente. Os resultados não são por agora importantes.

sábado, 5 de setembro de 2009

136 - A BICICLETA MAIS CARA DO MUNDO

Isto de estar doente, em casa, sem poder sair e ir dar umas pedaladas, está a dar cabo de mim. E agora dá-me para estas coisas, escrever sobre futilidades. Mas enfim, isto é um blogue, não estou aqui para dar notícias, para isso existem os sites. Estou aqui para escrever estórias, e esta é uma delas.

Se pensavam que a Trek Madone de Lance Armstrong era a bicicleta mais cara do Mundo estão bué enganados. Nem sequer é a mais leve, já que as bicicletas dos profissionais obedecem a medidas standardizadas, e a um peso mínimo obrigatório, e como tal há amadores com bikes mais leves que os profissionais. Lembro-me de ver na feira de ciclismo de Joanesburgo Cérvelos com 3 quilos e tal...

A bicicleta que hoje vos mostro foi construída pela firma sueca de joalharia Aurumania, e segundo Bo Franch, chefe executivo da empresa, vale 80 000 euros e já foram vendidos 10 exemplares. É toda banhada a ouro e adornada com cerca de 600 cristais Swarowski.
Resta-me dizer que, pelo facto de estar a escrever este post não significa que concorde com estas coisas. Antes pelo contrário. Penso que isto só é possível porque há gente com dinheiro a mais, e que para os tais 10 que adquiriram as bicicletas em ouro existem muitas pessoas com grandes necessidades. Se calhar empregados de firmas dos tais 1o..., que dizem que isto por causa da crise está muito mal, não é possível dar aumentos, até deviam estar agradecidos por poderem trabalhar, etc, ...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

135 - A BICICLETA DE BAMBU

Não sei quem foi exactamente o primeiro a experimentar construir uma bicicleta em bambu, sei sim que é uma ideia bastante difundida, e que até agora houve alguns amantes do ciclismo que a construíram para uso pessoal, muitas das vezes só pela satisfação de pôr em prática uma ideia, ou por pensarem que podiam estar perante uma boa oportunidade de negócio. É o caso de um brasileiro que está a vendê-las para a Escandinávia, mas também de uma firma zambiana que as estão a exportar para os Estados Unidos. Aparentemente não há vantagens nem económicas, nem tecnológicas, antes sim as pessoas estão a comprá-las por serem biodegradáveis, e não ficarem cá para sempre. Quem se recorda das canas de pesca em bambu sabe que não eram piores que as modernas em carbono, só que se degradavam com o passar dos anos e inevitavelmente acabavam por se estragar, mas é isso mesmo que agrada às pessoas com preocupações ambientalistas.Enquanto que na Zâmbia o objectivo é realizar dinheiro com a exportação ( a firma tem mão-de-obra zambiana mas capital americano ), no Gana a ideia é proporcionar a toda a gente um meio de transporte acessível, feito com materiais locais. Quem está a trabalhar no projecto é a Universidade de Columbia através do "The Earth Institute".
O Papa das bicicletas em bambu dá pelo nome de Craig Calfee, e já tem à venda bicicletas que poderão em breve virem a ser postas à prova em corridas profissionais, desde a vulgar bicicleta de estrada, bem como de BTT, de contra-relógio e de Pista ( a mais fácil de construir, por não ter mudanças nem travões ).




Para tornar as coisas muito mais atractivas foi desenhado um capacete em bambu e uma camisola de ciclismo, destinados a angariar fundos para o Bamboo Bike Project do Gana.

Habituem-se à ideia, porque daqui a algum tempo vamos ver seguramente bicicletas destas a circular nas nossas estradas.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

134 - TIPOS DE CICLISTA

CLICAR SOBRE A IMAGEM PARA VER CORRECTAMENTE.
Não resisto a divulgar este precioso desenho que encontrei ao acaso quando deambulava pala Net.
Sendo um desenho brasileiro constato que naquele país, como noutros, a designação de cicloturista está muito bem aplicada, e significa exactamente o que é: cicloturista.
Entre nós, cicloturista é um ciclista que se veste de atleta, compra bicicletas de 3 000 euros com um crédito bancário, e pedala 4 vezes por ano por estradas sempre a direito, onde não exista o mínimo desnível, e vai a passeios de 60 quilómetros, onde não se passa dos 15 km/hora. Para tal actividade não necessita de roupa aerodinâmica, nem de bicicletas tão caras. Uma vulgar bicicleta de cruzeiro serviria para tão pouca exigência.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

133 - DIA 6 DE SETEMBRO EM ...

No dia 30 de Agosto falhei o Passeio dos Trepadores da Figueira. Pela 2ª vez estou obrigado a ficar quieto em casa por causa dos malfadados caixotes de lixo no meu trabalho. São enormes e sou quase sempre eu que tenho que despejá-los. No ano passado fui operado a duas hérnias inguinais, originadas pelo esforço titânico que é despejar aqueles caixotes de lixo, e agora estou imóvel em casa com dores na coluna. Já me consigo sentar por breves períodos de tempo e hoje aqui estou para não estar sempre na cama.

Se no passado Domingo não fui à Figueira, no próximo não posso ir a Almendralejo, Espanha, nem a Almodôvar, nem a Silves, nem a Cacela, nem ao passeio do Ciclo Clube de Faro.

A Marcha de Almendralejo há muito que estava nos meus planos. Vocês sabem como eu gosto do cicloturismo espanhol. Mas entretanto os de Almodôvar resolveram marcar o seu passeio para o mesmo dia 6 de Setembro, e eu sou um apaixonado pelo passeio de Almodôvar, sem dúvida um dos mais interessantes a sul do Tejo, a par do Portimão-Fóia.

Entretanto fui convocado pela minha equipa para irmos ao passeio da Casa do Benfica de Silves no mesmo dia 6 de Setembro. Dia em que o Grupo de Cicloturismo Cacelense e o Ciclo Clube de Faro também resolveram organizar os seus eventos. Será estupidez, acaso do destino ou simplesmente falta de informação? Será que não é possível sentarmos-nos todos em Novembro ou Dezembro, independentemente de sermos FPCUB ou ACA, de sermos Barlavento, Alentejo ou Sotavento, de sermos uma entidade não-filiada, para, com civismo e sem má-fé, organizarmos um calendário cicloturístico que satisfaça a todos?

No próximo dia 6 de Setembro nenhum dos passeios aprazados será um êxito, porque sempre faltarão os que se decidiram por ir para outro lado. Terem sido teimosos e com pouca visão, os dirigentes dos clubes envolvidos não se ajudaram a si próprios, nem aos seus clubes, nem à modalidade. Todos ficámos a perder. Ainda bem que estou doente para não ter que me decidir por onde ir.

Este blogue e seguramente o site do meu amigo João Dias, CYCLOWEB.COM, estarão abertos a uma tentativa séria de os clubes e as entidades se juntarem para delinearem um calendário para a época de 2010.