Sempre nutri uma admiração especial por Joaquim Gomes. Tem esse "flair" especial das pessoas inteligentes. Já repararam que as pessoas inteligentes são invariavelmente boas pessoas? E que os maiores ciclistas são, com algumas excepções, quase sempre ligadas ao doping, pessoas ao mesmo tempo boas e inteligentes? Frank Vandenbroucke, José Maria Jiménez e Marco Pantani não eram muito inteligentes, nem mostraram um carácter muito afável, e terminaram como sabemos. Joaquim Gomes, tal como Marco Chagas ou José Azevedo caíram no goto dos portugueses por serem grandes campeões, mas também pela sua simpatia e humildade.
Na Etapa da Volta, cicloturista que aproveitava o dia de descanso dos profissionais, de 2007 , não me preocupei com qualquer tipo de classificações, nem me parece que isso estivesse em causa para a esmagadora maioria dos participantes. Por isso iniciei a minha ascensão da Senhora da Graça, depois de me refrescar com água fresquinha, oferecida pelos residentes do sopé do monte, quase no final do pelotão.
Passei centenas de companheiros, muitos deles em grandes dificuldades, a anunciar que dificilmente chegariam lá a cima. Estava em forma, pesava menos de 70 kg, estava tudo a correr muito bem, fui passando neles, até começarem a rarear. Eram cada vez menos, até que me vi só com um que seguia à minha frente. Lá mais para cima seguiam outros, mas o objectivo não era alcançá-los, tão só fazer uma subida sem atrapalhações, afinal de contas era a Senhora da Graça.
Cheguei-me ao companheiro da frente, que subia com grande esforço, nitidamente em grande dificuldade, e qual não é o meu espanto quando deparo com, nem mais nem menos, o meu grande ídolo, o Joaquim Gomes....
Fiquei estupefacto! O Joaquim Gomes, que tantas etapas ganhou em alta montanha, que decidiu voltas precisamente nas alturas, grande escalador no seu tempo, estava ali sem pernas para mim...Não fui capaz de evitar confessar-lhe a minha admiração por tal situação. Disse-lhe que ele era o ciclista que sempre mais admirei, que era como um deus na terra, que até tinha uma fotografia dele com o meu filho bebé..."Suba, não espere por mim, não dou mais do que isto, não posso, estou bem, só que os tempos são outros, vá, siga!".
Ainda pensei duas vezes, mas entretanto chegaram outros vindos de trás e ficaram com ele. Deixei-os e arranquei serra a cima. Cheguei nas calmas e não o vi mais, nem sei se chegou lá a cima.
Em 2008, no ano seguinte, na mesma Etapa da Volta, desta feita depois de passarmos o Caramulo, seguíamos de regresso a Viseu, quando à minha direita o voltei a ver. É claro que não me reconheceu, afinal de contas são tantos que dele se aproximam, para pedalarem junto a um dos maiores ciclistas portugueses de sempre. Com ele seguia um magote de malta, e um dos mais velhos proferiu: " olha o senhor Joaquim Gomes, é uma honra pedalar com um ciclista tão valoroso!!". Ao que Joaquim Gomes retorquiu: "já fui, já fui, agora já não sou, olhe, no ano passado estava eu a subir a Senhora da Graça, quando um senhor que seguia comigo me disse..." e contou-lhes a estória passada comigo. Não pude deixar de me aproximar, e dizer que era verdade, que a estória se tinha passado comigo. Ao que ele exclamou : "olha se eu estivesse para aqui a contar uma aldrabice, como o Mundo é afinal pequeno..., como vêem é assim, para estarmos bem no ciclismo há que treinar, vocês treinam, eu não, é por isso..."
São assim as grandes pessoas como ele. Em vez de se vangloriar do seu passado preferiu ser humilde, e reconhecer as suas dificuldades. Não é por isso que deixou de estar presente. Tal como o Marco Chagas, pessoas de bem, sabem como é importante para a grande massa de adeptos do ciclismo, podermos estar junto a eles, os nossos ídolos, a quem muito admiramos. Foi isso que eu lhe disse, que para nós eles foram, e continuam a ser muito importantes, que continuam sempre no nosso coração, não só porque foram grandes atletas, mas por serem pessoas muito boas.
E lá mais atrás exclama um mecânico do Paredes-Rota dos Móveis que também participava na Cicloturista: "puxa, pá, até fiquei arrepiado...!"
sábado, 31 de outubro de 2009
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
145 - ENHORABUENA, CAMPEÓN.
D. Manuel Carrasco Álvarez, distinto amigo do Club Ciclista Espartinas, foi o grande vencedor do "1º Circuito de Marchas Cicloturistas Con Tramo Libre Por la Província de Sevilla", na categoria de Supermaster, apesar de ter caído por duas vezes na prova de Fuentes de Andalucía e ter sido obrigado a abandonar.
Manuel Carrasco é um personagem muito querido pelos colegas de Espartinas, a quem carinhosamente chamam "El Viejo", o Velho.
Esteve este ano a participar na Portimão - Fóia, e já anunciou que estará presente no dia 15 de Novembro no Passeio da Juventude Desportiva das Fontaínhas. É um amigo do nosso país, e é com muito agrado que o vejo tornar-se campeão da Província de Sevilha.
ENHORABUENA, CAMPEÓN. PARABÉNS, CAMPEÃO.
Manuel Carrasco é um personagem muito querido pelos colegas de Espartinas, a quem carinhosamente chamam "El Viejo", o Velho.
Esteve este ano a participar na Portimão - Fóia, e já anunciou que estará presente no dia 15 de Novembro no Passeio da Juventude Desportiva das Fontaínhas. É um amigo do nosso país, e é com muito agrado que o vejo tornar-se campeão da Província de Sevilha.
ENHORABUENA, CAMPEÓN. PARABÉNS, CAMPEÃO.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
144 - TENHO VERGONHA.
Um dia, ao voltar do trabalho para casa, tive um furo, numa das rotundas de Vilamoura. Coisa que acontece de vez em quando, nada de especial, estou preparado para essas eventualidades, como estarão quase todos os nossos companheiros que rolam por aí.
Um camone divertia-se pedalando para lá e para cá, entre a primeira e a última rotundas de Vilamoura, com aquela cara de parvalhão, felicíssimo por ser quem é, sem nunca ousar perguntar se eu precisava de ajuda. Não precisei, ainda bem...
Sempre que vejo algum camarada com sinal de precisar de ajuda, detenho-me imediatamente. Já me aconteceu ter ficado sem pneu e sem telefone, não devia ter acontecido, mas aconteceu, e nessas alturas qualquer ajuda seria bem vinda. Não me importa se é alguém conhecido, se é português ou estrangeiro, especialmente estes, às vezes é só porque estão confusos com o caminho. Já furei na Espanha e a ajuda dum companheiro foi fundamental para me safar daquela situação. Precisei de ajuda em Itália e agradeço por me terem ajudado.
No sábado, junto à rotunda da Marina, em Albufeira, deparei com dois ciclistas estrangeiros de volta das bicicletas. Parei e perguntei em inglês se tinham problemas. Tinham. Um havia furado e a câmara de ar suplente tinha a válvula deteriorada.
Bom, tinha que dar-lhes a minha câmara de ar, que sempre trago para uma eventualidade. Não havia grande problema, se viesse eu próprio a ter um furo era só telefonar, e a minha esposa viria buscar-me com o carro.
Os ciclistas eram alemães. Estavam num hotel em Lagos e haviam alugado as bicicletas na Megasport para darem umas voltas pelo Algarve. Reparei que as bicicletas eram do tempo para aí da 1ª Guerra Mundial, pareciam de alumínio, mas não estou seguro, estavam cobertas com autocolantes para disfarçarem o mau estado em que se encontravam. As fitas que cobrem o guiador deixavam a descoberto cerca de metade daquele, podia ver-se o alumínio por baixo.
Depois de colocarmos a câmara de ar que lhes ofereci, um deles tentou enchê-la com uma bomba que acompanhava a bicicleta alugada. Tarefa impossível, a bomba estava deteriorada também.
Decidimos utilizar a bomba da segunda bicicleta. Mas não, também não. Pareciam bombas de brincar, e não se esqueçam que as bicicletas eram velhíssimas, completamente em desuso.
Eu não uso bomba com a bicicleta. Em casa uso uma muito boa, mas para não ter peso adicional na bicicleta, só uso cápsulas de CO2. Mais uma vez pensei: O.K., se precisar telefono à minha mulher e ela vem buscar-me, seja onde for. Assim, lá enchi a câmara de ar com a minha cápsula de CO2.
Depois havia que colocar a roda, que havíamos sacado com o pneu vazio, para a reparar, e que enchêramos com a única cápsula de Co2 disponível, outra vez na bicicleta. Tarefa impossível, o dispositivo de travagem da bicicleta alugada à Megasport não dispunha de patilha para alargar, coisa que nunca tinha visto, e nunca imaginámos pudesse acontecer.
Forçando, e esvaziando um pouco o pneu, lá conseguimos fixar a roda. Só que agora já não havia mais ar comprimido para encher a roda. O alemão teve que seguir em condições precárias até à oficina da Sportzone da Guia, onde finalmente deram uma solução aos seus problemas.
Tive vergonha de ser português, pelo péssimo serviço da Megasport. Ganham o dinheiro, e não é pouco, com o aluguer das bicicletas aos camones, mas não dão nada em troca, para além das biclas arcaicas e em péssimo estado de conservação. Na Itália deram-me uma bicicleta moderníssima, com todos os pertences, em perfeito estado. Até os pedais me trocaram, por eu ter sapatos com sistema SPD.
Para que conste aqui fica o meu testemunho.
Um camone divertia-se pedalando para lá e para cá, entre a primeira e a última rotundas de Vilamoura, com aquela cara de parvalhão, felicíssimo por ser quem é, sem nunca ousar perguntar se eu precisava de ajuda. Não precisei, ainda bem...
Sempre que vejo algum camarada com sinal de precisar de ajuda, detenho-me imediatamente. Já me aconteceu ter ficado sem pneu e sem telefone, não devia ter acontecido, mas aconteceu, e nessas alturas qualquer ajuda seria bem vinda. Não me importa se é alguém conhecido, se é português ou estrangeiro, especialmente estes, às vezes é só porque estão confusos com o caminho. Já furei na Espanha e a ajuda dum companheiro foi fundamental para me safar daquela situação. Precisei de ajuda em Itália e agradeço por me terem ajudado.
No sábado, junto à rotunda da Marina, em Albufeira, deparei com dois ciclistas estrangeiros de volta das bicicletas. Parei e perguntei em inglês se tinham problemas. Tinham. Um havia furado e a câmara de ar suplente tinha a válvula deteriorada.
Bom, tinha que dar-lhes a minha câmara de ar, que sempre trago para uma eventualidade. Não havia grande problema, se viesse eu próprio a ter um furo era só telefonar, e a minha esposa viria buscar-me com o carro.
Os ciclistas eram alemães. Estavam num hotel em Lagos e haviam alugado as bicicletas na Megasport para darem umas voltas pelo Algarve. Reparei que as bicicletas eram do tempo para aí da 1ª Guerra Mundial, pareciam de alumínio, mas não estou seguro, estavam cobertas com autocolantes para disfarçarem o mau estado em que se encontravam. As fitas que cobrem o guiador deixavam a descoberto cerca de metade daquele, podia ver-se o alumínio por baixo.
Depois de colocarmos a câmara de ar que lhes ofereci, um deles tentou enchê-la com uma bomba que acompanhava a bicicleta alugada. Tarefa impossível, a bomba estava deteriorada também.
Decidimos utilizar a bomba da segunda bicicleta. Mas não, também não. Pareciam bombas de brincar, e não se esqueçam que as bicicletas eram velhíssimas, completamente em desuso.
Eu não uso bomba com a bicicleta. Em casa uso uma muito boa, mas para não ter peso adicional na bicicleta, só uso cápsulas de CO2. Mais uma vez pensei: O.K., se precisar telefono à minha mulher e ela vem buscar-me, seja onde for. Assim, lá enchi a câmara de ar com a minha cápsula de CO2.
Depois havia que colocar a roda, que havíamos sacado com o pneu vazio, para a reparar, e que enchêramos com a única cápsula de Co2 disponível, outra vez na bicicleta. Tarefa impossível, o dispositivo de travagem da bicicleta alugada à Megasport não dispunha de patilha para alargar, coisa que nunca tinha visto, e nunca imaginámos pudesse acontecer.
Forçando, e esvaziando um pouco o pneu, lá conseguimos fixar a roda. Só que agora já não havia mais ar comprimido para encher a roda. O alemão teve que seguir em condições precárias até à oficina da Sportzone da Guia, onde finalmente deram uma solução aos seus problemas.
Tive vergonha de ser português, pelo péssimo serviço da Megasport. Ganham o dinheiro, e não é pouco, com o aluguer das bicicletas aos camones, mas não dão nada em troca, para além das biclas arcaicas e em péssimo estado de conservação. Na Itália deram-me uma bicicleta moderníssima, com todos os pertences, em perfeito estado. Até os pedais me trocaram, por eu ter sapatos com sistema SPD.
Para que conste aqui fica o meu testemunho.
domingo, 25 de outubro de 2009
143 - HÁ VIDA NO BARLAVENTO.
Há vida no Barlavento!
Habituado aos passeios de cicloturismo entre Tavira e Portimão, tive curiosidade em saber o que se passa para lá do meu Bojador. E a verdade é que há vida no Barlavento!!! E tanta que o Passeio do Ciclo Clube de Lagos já vai na sua 16 ª edição.
Equipas não muito vulgares para a minha percepção, umas mais que outras, mas algumas muito bem compostas, com muitos elementos e muitas ganas de pedalar. Vieram de Aljezur, Espiche, Portimão, Portelas, Lagos, mas também do Pechão, Albufeira e Moncarapacho.O evento não teve a participação de outros anos, por coincidir com outros, mas os cerca de 120 cicloturistas tiveram uma excelente jornada do nosso desporto.
Um percurso, que na perspectiva de fugir ao trânsito automóvel, resultou algo inusitado, por estradas em estado duvidoso, mas que toda a gente usufruiu com a mesma vontade.
Pela parte que me toca, acabei por furar, e fazer os quilómetros finais no carro-vassoura.
O almoço foi servido pelo patrocinador do clube de Lagos, a Taberna da Marina, um restaurante muito popular daquela cidade, e que encheu as medidas aos numerosos convivas.
Para Maio está prometida uma Ciclomaratona. Lá estaremos!!!
Galeria fotográfica em : http://picasaweb.google.com/joaocnsdias/PasseioDeLagos#
sábado, 24 de outubro de 2009
142 - CORRIDA
Tenho urgentemente de perder peso.
Tinha 69 quilos quando deixei de fumar e subi rapidamente para os 74/75 quilos, apesar de continuar a fazer bicicleta. Imagine-se se não fizesse exercício...
Estive três semanas parado por doença, sem trabalhar e sem andar de bicicleta, e cheguei aos 83,7 quilos.
Voltei ao trabalho e a ir de bicicleta para Quarteira todos os dias. Aos fins de semana voltei a fazer os meus treinos habituais de 13o/140 quilómetros, mas nunca mais consegui baixar o peso. Confesso que à cabeça só me vem a ideia que o melhor é voltar a fumar...Mas depois recordo-me, ou faço por me recordar, das muitas coisas más que o tabaco me trazia, e vivo neste dilema que, se calhar tenho que aceitar esta nova realidade, e conformar-me que a partir de agora vou viver com o peso de antigamente, de antes do ciclismo. Sobretudo a barriga, só aí devo ter uns 20 quilos, está enorme...
Assim sendo, o que é que eu posso fazer para contrariar esta tendência? Dizem os manuais que devo reduzir a minha ingestão diária de calorias em cerca de 500 unidades. Pois bem, durante quase três semanas que estive sem folgar, e em que sempre comi no trabalho, orientei a minha dieta ( posso fazer isso facilmente, sou cozinheiro) para um regime de muito baixas calorias, só com saladas, legumes, quase nada de proteínas e zero de hidratos de carbono. Comer pouco, de três em três horas, com uma peça de fruta ou um iogurte com sementes de linhaça pelo meio, bué de fome...
Ao fim deste tempo reduzi realmente o meu peso de 83 para 78, estabilizei dois dias, e voltei lentamente aos 79/80, oscilando às vezes entre os 78 e os 80, conforme se podia fazer bicicleta ou não. Conclusão: mesmo comendo só salada não estou a conseguir baixar o meu peso. Há que tentar outra coisa. Vou passar a alternar o ciclismo com corrida a pé, tenho a noção que a corrida a pé exige mais do corpo que a corrida de bicicleta.
E assim foi! Hoje levantei-me cedo e lá fiz uns 20 km a pé. Mas surpreendentemente a minha condição física, apesar da bicicleta diária, deixa muito a desejar. Correr é bué de duro. É muito mais duro que no ciclismo, ou então ando a aproveitar mal o que posso extrair da bicicleta. Tiro o chapéu aos "runners" com quem me cruzo no caminho para Quarteira.
É claro que vou continuar, suamos mais que no ciclismo, e mexemos com outros músculos. Sei que todo o princípio é difícil, assim foi também com a bicicleta.
De qualquer modo amanhã o dia é outra vez para o ciclismo. Passeio do Ciclo Clube de Lagos, já tenho saudades dessas coisas.
Tinha 69 quilos quando deixei de fumar e subi rapidamente para os 74/75 quilos, apesar de continuar a fazer bicicleta. Imagine-se se não fizesse exercício...
Estive três semanas parado por doença, sem trabalhar e sem andar de bicicleta, e cheguei aos 83,7 quilos.
Voltei ao trabalho e a ir de bicicleta para Quarteira todos os dias. Aos fins de semana voltei a fazer os meus treinos habituais de 13o/140 quilómetros, mas nunca mais consegui baixar o peso. Confesso que à cabeça só me vem a ideia que o melhor é voltar a fumar...Mas depois recordo-me, ou faço por me recordar, das muitas coisas más que o tabaco me trazia, e vivo neste dilema que, se calhar tenho que aceitar esta nova realidade, e conformar-me que a partir de agora vou viver com o peso de antigamente, de antes do ciclismo. Sobretudo a barriga, só aí devo ter uns 20 quilos, está enorme...
Assim sendo, o que é que eu posso fazer para contrariar esta tendência? Dizem os manuais que devo reduzir a minha ingestão diária de calorias em cerca de 500 unidades. Pois bem, durante quase três semanas que estive sem folgar, e em que sempre comi no trabalho, orientei a minha dieta ( posso fazer isso facilmente, sou cozinheiro) para um regime de muito baixas calorias, só com saladas, legumes, quase nada de proteínas e zero de hidratos de carbono. Comer pouco, de três em três horas, com uma peça de fruta ou um iogurte com sementes de linhaça pelo meio, bué de fome...
Ao fim deste tempo reduzi realmente o meu peso de 83 para 78, estabilizei dois dias, e voltei lentamente aos 79/80, oscilando às vezes entre os 78 e os 80, conforme se podia fazer bicicleta ou não. Conclusão: mesmo comendo só salada não estou a conseguir baixar o meu peso. Há que tentar outra coisa. Vou passar a alternar o ciclismo com corrida a pé, tenho a noção que a corrida a pé exige mais do corpo que a corrida de bicicleta.
E assim foi! Hoje levantei-me cedo e lá fiz uns 20 km a pé. Mas surpreendentemente a minha condição física, apesar da bicicleta diária, deixa muito a desejar. Correr é bué de duro. É muito mais duro que no ciclismo, ou então ando a aproveitar mal o que posso extrair da bicicleta. Tiro o chapéu aos "runners" com quem me cruzo no caminho para Quarteira.
É claro que vou continuar, suamos mais que no ciclismo, e mexemos com outros músculos. Sei que todo o princípio é difícil, assim foi também com a bicicleta.
De qualquer modo amanhã o dia é outra vez para o ciclismo. Passeio do Ciclo Clube de Lagos, já tenho saudades dessas coisas.
sábado, 17 de outubro de 2009
141 - ADEUS FRANK VANDENBROUCKE
Dia 13 de Outubro "partiu" mais um génio do ciclismo. Tal como José Maria Jiménez e Marco Pantani, fez questão de viver muito rápido, e partir sem aviso.
Tal como "el Chaba" e tal como "o Pirata", deixou uma multidão de seguidores que o idolatravam, a chorar. Podemos respeitar os grandes campeões como Lance Armstrong, admirá-los pelos seus feitos desportivos, mas nunca os amaremos como a estes, que sem dúvida mancharam o nosso ciclismo, mas nem por isso deixaram de ser aqueles a quem mais admirámos. Não envelheceram, mas os seus nomes serão recordados para sempre.
Não deve ter sido fácil, para aqueles que privavam com cada um destes meus heróis, lidar com eles. Foram seguramente pessoas muito difíceis, mas como génios que eram, transformaram-se em heróis lendários. Será que D. Afonso Henriques e Nuno Álvares Pereira também eram assim?
Tom Boonen que se cuide, está na calha para ser o próximo.
A fotografia foi tirada aquando da Volta ao Algarve de 2008 pelo João Dias do Cycloweb.
Tal como "el Chaba" e tal como "o Pirata", deixou uma multidão de seguidores que o idolatravam, a chorar. Podemos respeitar os grandes campeões como Lance Armstrong, admirá-los pelos seus feitos desportivos, mas nunca os amaremos como a estes, que sem dúvida mancharam o nosso ciclismo, mas nem por isso deixaram de ser aqueles a quem mais admirámos. Não envelheceram, mas os seus nomes serão recordados para sempre.
Não deve ter sido fácil, para aqueles que privavam com cada um destes meus heróis, lidar com eles. Foram seguramente pessoas muito difíceis, mas como génios que eram, transformaram-se em heróis lendários. Será que D. Afonso Henriques e Nuno Álvares Pereira também eram assim?
Tom Boonen que se cuide, está na calha para ser o próximo.
A fotografia foi tirada aquando da Volta ao Algarve de 2008 pelo João Dias do Cycloweb.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
140 - MEMORIAL JOSÉ CAÑAVATE EM ISLA CRISTINA
Quem quer participar numa cicloturista interessantíssima em Espanha, sem ter que fazer grandes deslocações?
Dia 8 de Novembro (estava inicialmente prevista para 25 de Outubro) realiza-se em Isla Cristina, comarca de Ayamonte, a 10 minutos da fronteira portuguesa e de Vila Real de Santo António, o Gran Prémio de Ciclismo Ciudad de Isla Cristina, também denominado Memorial José Cañavate.
Não é uma actividade de competição, se bem que os quilómetros finais, a partir de Islantilla, sejam em sistema de roda-livre, onde cada um correrá à sua vontade, e haja um troféu para disputar entre aqueles que o desejem.
Nesta "Marcha" é costume participarem alguns nomes sonantes do ciclismo espanhol e português, e a figura principal e incontornável deste passeio é Francisco Mancebo, que no ano passado correu no Fercase - Rota dos Móveis. Este ano estão convidados para além de Paco Mancebo, Óscar Sevilla, Jesús Hernández, Ángel Vicioso, Pablo Lastras, Chente García Acosta, David Arroyo, Xavier Zandio, Eládio Jiménez, José Luis Arrieta, José António Gil, Imaniol Erviti, Roberto Heras e o antigo corredor do Tavira Júlio Jiménez. A prova foi ganha no ano passado pelo nosso Joaquim Andrade. No ano de 2007 corri e convivi com André Cardoso e Filipe Cardoso.
É tradicional encontrar-me neste dia com companheiros de Vila Real de Santo António, nomeadamente os camaradas da Casa do Benfica. Também os irmãos Martins, de Amaro Gonçalves, estiveram presentes no ano passado. Alguns esperanças e elites do Tavira costumam alinhar à partida e é usual nesta parte de Espanha ver muitos cicloturistas espanhóis envergarem equipamentos de clubes portugueses, nomeadamente e em grande quantidade do Loulé e do Tavira, mas também do Boavista e do Maia.
O início da corrida é às 10.30 espanholas, 9.30 portuguesas, mas devem chegar mais cedo para a inscrição, no caso dos individuais. Os clubes devem inscrever-se previamente através do telefone 0034959331024 ou pelo e-mail deportes@islacristina.org. Podem fazê-lo em português pois toda a gente entende o nosso idioma naquela parte de Espanha. A inscrição é de 10 euros, e é costume dar direito a almoço, T-shirt alusiva e diploma personalizado. A velocidade antes do troço livre é de cerca de 30 km/hora.
Esta é a minha 3ª participação e é o meu regresso à estrada depois de 2 meses ausente por enfermidade. Durante os últimos meses passei de 69 kg para 83, valor muito próximo dos tempos de "antes" da bicicleta. Tenho que "dar-lhe" duro, se quero estar em condições mínimas nessa altura.
Apelo calorosamente à participação dos cicloturistas algarvios para podermos mostrar em Espanha que somos tão bons como eles. Por outro lado esta é uma oportunidade inigualável para muitos ficarem a saber o que é uma cicloturista a sério...Especialmente aqueles que passam a vida a queixarem-se que os passeios de cicloturismo não dão "pica" têm aqui uma oportunidade única de dar asas à sua bicicleta...
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