152 - ÁFRICA DO SUL 2011

Quis o destino que as irmãs Fernanda, Olga ( minha esposa) e Gena se casassem com ciclistas. Cada um dos cunhados tem uma vida diferente, uma história diferente, até os sítios onde vivem são completamente diferentes.

O Tino chegou a correr em equipas profissionais, mas um problema de saúde afastou-o dessas lides. É o mais experiente dos três cunhados, sabe muito de ciclismo, tem o melhor material. É o ciclista com o número 909 da 2ª foto, sofrendo a subir o Galibier ao lado de um italiano, e envergando as cores da África do Sul. É o marido da Fernandinha, vive em Neuchatêl, na Suíça.

O equipamento que o Tino enverga naquela foto foi-lhe oferecido pelo João, marido da Gena, que vivem na África do Sul. O João é o ciclista de azul, escalando uma montanha durante a Cape Argus de 1991, uma ciclodesportiva realizada nos arredores da Cidade do Cabo, que com a participação de 35 000 concorrentes é a maior corrida do Mundo, e faz parte da Goden Bike, uma selecção das melhores ciclodesportivas do Mundo, para a União Ciclista Internacional.

Na 3ª foto podemos ver o João, acabadinho de levantar a documentação para a Argus deste ano, que se realizava no dia seguinte. O João vive em East London, a muitos, muitos, quilómetros de Cape Town,mas não perde uma edição da Argus. Mete-se no avião, como milhares de outros ciclistas da África do Sul e tantos outros países, para poder estar entre os 35 000 participantes.

Quem também tem que voar para poder correr na Argus é o Necas, na mesma foto a confirmar a sua inscrição. Voa de Joanesburgo, a mais de mil quilómetros do Cabo, para se juntar ao João nesta aventura de todos os anos. É amigo de infância do Tino, correram juntos no Sporting de Lourenço Marques, andou no liceu com a Gena, conhece o João desde os tempos da juventude. É outro amante do ciclismo, e como tal faz parte desta família. Acolheu-me em sua casa para eu poder tomar parte na Pick & Pay 94.7 de Joanesburgo, a 2ª maior corrida do Mundo, logo a seguir à Argus. Em Setembro juntar-se-á aoTino e a mim em Lora del Río para participarmos os três na Javier Ramírez Abeja.

Na última foto vemos uma coisa muito peculiar. Sabem o que são as caixas por trás do Necas? Exactamente, são bicicletas, que os participantes despacham no avião. De outro modo não poderia ser, com tantos participantes não seria possível alugar uma. Também levei a minha no avião quando participei na corrida de Joanesburgo. E como vêem a organização não descura nenhum pormenor. Estão acondicionadas e guardadas, é chegar e ir levantá-las, não há qualquer problema.

Esta conversa toda para vos dizer que o João já anda a espicaçar-me para me convencer a ir a África outra vez. Desta feita ao Cabo. Imaginem: avião para Joanesburgo, uns dias em casa do Necas. Avião para o Cabo com o Necas. Participar na corrida, avião para East London com o João. E sabe-se lá mais o quê...Eu vou, prometo que vou, tenho recordações maravilhosas da outra vez.

Mas antes, não se esqueçam do Tino, antes a meta é França, Stage du Soleil, uma semana a conviver e aprender num Campus de ciclismo, com o Tino et ses compagnons. Tenho que perder 7 ou 8 quilos até lá, se quero estar em forma em Março. Está quase Tino!

151 - INFORMAÇÃO

O companheiro que pede para dizer onde se encontram as fotografias do Passeio da JDF não me deu um endereço electrónico para lhe poder responder, pelo que, e porque porventura haverá mais gente interessada em saber, aqui deixo a informação que, todas as vezes que houver fotografias, elas estarão à vossa disposição no site WWW. CYCLOWEB.COM do meu grande amigo João Dias.

Cycloweb.com é o melhor site de ciclismo que hoje existe no nosso país.

150 - 10 000 VISITAS !!!!!!

Completou-se hoje, 18 de Novembro, 11 meses após o ter iniciado, as 10 000 visitas ao meu blogue.
Para mim é surpreendente que um blogue tratando de um assunto muito peculiar, e reflectindo unicamente a minha vivência deste desporto, tenha atingido tal número de visitas em tão pouco tempo. É evidente que um site poderia esperar mais, e também me parece que às vezes as pessoas estão à espera de encontrar notícias neste blogue, o que não é o caso, este blogue não foi feito para dar notícias, foi pensado e criado em minutos, para poder mostrar o que me vai na alma no que concerne ao meu hóbi. Sobretudo fico admirado por gente famosa, ciclistas profissionais, terem menos visitas que eu.
Constato que postes que aqui escrevi foram posteriormente publicados noutros lugares, alguns com pedido de autorização e informação sobre a fonte, como é o caso de cycloweb.com ou de msciclismo.com.br, outros sem a menor ética, como em noticiasdopedal.com.sapo.pt, chegando ao desplante do prevaricador apresentar o artigo e as fotos como suas, sendo que fui eu quem escreveu e fotografou...Mas, por outro lado isso significa que estou a ser seguido, que alguém me leu...
Este blogue não foi pensado para ser um fórum. Por vezes há pessoas que deixam o seu comentário, que agradeço e muito prezo, mesmo quando eventualmente não esteja de acordo com quem escreveu. Porque não é um fórum, não alimentarei discussões, nem me vejo obrigado a responder aos comentários. Mas já passei os 50 anos, não devo nada a ninguém, já não tenho que ter medo de escrever sobre o que penso. Quando for caso disso, não me inibirei de me pronunciar. Já não tenho amarras para poder dizer que sou ateu e marxista, se fosse gay poderia dizê-lo sem ter medo. Este blogue é tão somente o meu cantinho da net, onde posso escrever o que quiser, onde posso dizer o que penso. Mas, nada de pânico, não me vou pôr aqui a atacar ninguém, que não tenho ninguém a quem atacar, por norma dou-me bem com todos, e cultivo as boas relações.
As 10 000 visitas são seguramente de gente que me quer bem, que gosta de saber o que penso e como vivo o cicloturismo e o ciclodesporto. E acredito que são pessoas que se vêem reflectidas nas estórias que escrevo. Apaixonados pelo mesmo desporto que eu. Muitos serão meus conhecidos, outros são seguramente gente que nunca vi, que descobriram este blogue por mero acaso. A todos prometo que continuarei a dar-vos as minhas estórias, que continuarei a partilhar convosco as minhas vivências.
Bem hajam!

149 - XII PASSEIO DA JUVENTUDE DESPORTIVA DAS FONTAÍNHAS

A primeira vez que fui correr a Espanha fi-lo porque tinha aprazado ir participar numa grande corrida na África do Sul, e parecia-me que a Etapa da Vuelta a España, en Almería, seria uma excelente forma de me preparar.

Descobri nesse dia, com grande sofrimento meu, que correr em cicloturistas de Espanha não tem nada a ver com o cicloturismo cócó que se faz no nosso país. Se calhar é assim com tudo, e se calhar é por isso que seguimos como lanternas vermelhas da Europa, simplesmente não gostamos de correr, gostamos mais de ir devagar...

Fiquei naquele dia apaixonado pela qualidade do cicloturismo espanhol, não só pela excepcional dureza do percurso, mas também pelo empenho posto na organização da prova, pela solidariedade de dezenas de voluntários, que a troco de nada aceitam colaborar no trabalho de fazer com que tudo corra bem.

Seguiu-se a Clásica Montera del Torero, em Los Barrios, perto de Algeciras, Zafra, Guillena, Brenes, Lora del Río, Carmona, Fuentes de Andalucía, Espartinas, Málaga, Montehermoso, na Extremadura, já perto de Salamanca e Isla Cristina.

Em todos os lugares fui extremamente bem recebido, carinhosamente tratado, muitas vezes com curiosidade, por ser português. As pessoas queriam saber o que fazia ali, se em Portugal não se fazia cicloturismo. Respondia que sim, mas aquele andar devagar, devagarinho, mandrião mesmo, abrasileirado, do cicloturismo do meu país não ia com a minha maneira de ser, e por isso sempre que podia preferia ir correr em Espanha.

Alguns tinham curiosidade em saber como seria uma cicloturista portuguesa. Pensei que só a Portimão-Fóia e a de Almodôvar reuniam as condições para poder trazer os companheiros espanhóis até ao Algarve.

E assim foi. Alguns camaradas de Espartinas e de Lora del Río embarcaram na aventura de participar numa cicloturista portuguesa. E gostaram. Gostaram por muitos motivos: porque foi mais duro do que esperavam, porque foram muito bem tratados, porque o Algarve é magnífico, porque o ambiente proporcionado pelo Centro de Ciclismo de Portimão foi excepcional.

Por isso, quando o João Espada tratou de os convidar para também virem participar neste XII Passeio da Juventude Desportiva das Fontaínhas, aceitaram de imediato, e entusiasmaram outros para virem. E é assim que hoje estiveram cerca de trinta espanhóis, da Peña Ciclista de Lora del Río, Club de Ciclismo de Espartinas e da Grupeta Jerezana, de Jerez de la Frontera.

Foi o culminar duma semana de grande azáfama e nervos, de muitos telefonemas em castelhano. Felizmente que o mau tempo que afectou o resto do País não chegou a este recanto maravilhoso, como aliás nunca chega. E o modo afectuoso e simpático com que todos trataram os nossos amigos espanhóis faz prever um futuro cheio de coisas boas para todos nós.

O anúncio da vinda dos espanhóis, e a fama que tem, de ser um passeio tradicionalmente de grande qualidade, mercê do empenho do João Espada, fez deste dia uma jornada marcante para o cicloturismo algarvio, com grande participação de clubes desde Aljezur a Tavira. Foram poucos os clubes do Algarve que não estiveram hoje presentes em Albufeira.

Está de parabéns o meu clube, Juventude Desportiva das Fontaínhas.

GALERIA FOTOGRÁFICA EM : http://picasaweb.google.pt/joaocnsdias/JDFontainhas2009?feat=directlink#

148 - ISLA CRISTINA - MAL, MAL......MUITO BEM!

Desde finais de Agosto que não participava numa cicloturista a sério. Sabia que ia ser difícil, primeiro porque deixei de fumar e engordei 14 !!! quilos, depois porque estive quase um mês doente, sem andar de bicicleta, e isso paga-se caro nestas coisas.

Foi muito difícil hoje, pela primeira vez não conseguia seguir com o pelotão da frente. A juntar aos factos anteriores o vento estava hoje terrível, como nunca tinha visto, e o célebre testículo operado voltou a massacrar-me com dores, impossibilitando-me de sentar no selim a maior parte do tempo. O muito trabalho que tenho tido, por vezes sem ter folga, também não me tem deixado treinar devidamente, e acabei por ter cãibras na parte final da corrida.

Isto foi a parte má do dia de hoje, porque foram mais as coisas boas que as más.

A corrida de hoje teve um incremento substancial do número de participantes. Pode ser que não tenha nada a ver, mas eu acredito que tive muito a ver com isso: a divulgação que fiz do evento em Portugal e entre os clubes da província de Sevilha, onde costumo correr, levou a que se vissem hoje muitos ciclistas pouco habituais por estes sítios. Especialmente agradado fiquei com a numerosa comitiva portuguesa, desde os "habitués" de Vila Real de Santo António até aos nóveis do Centro de Ciclismo de Portimão e do Grupo Desportivo da Torre Natal.

Foi também com agrado que me encontrei com os camaradas de Espartinas e com o velho amigo Juan, de Huelva, que conheci um dia em Málaga, e que me deu a conhecer esta corrida, que não fazia parte de nenhum roteiro conhecido. Aqui nos costumamos encontrar, e foi com grata surpresa que recebi dele um equipamento da loja de Huelva onde adquiri a minha bicicleta. Um presente muito especial, e pelo qual estou muito agradecido. Gracias, Juan!!!

Algumas vezes descolei do pelotão, mas sempre houve alguém que teve a preocupação de me rebocar até ele. E se foi um privilégio ser rebocado por David Arroyo e por Pablo Lastras, foi com emoção que vi D. Manuel Carrasco, um homem com 72 anos ficar para trás para me levar de novo ao grupo principal. Outro companheiro de Espartinas inclusivamente me indicava o sítio exacto onde me tinha de colocar atrás dele, a fim de sofrer o menor impacto do vento...

Fica-me também na memória um episódio curioso: à saída de Cartaya, duas "chicas muy guapas" resolveram atravessar a rua em direcção à cabeça do pelotão. A sua beleza tocou de tal forma os ciclistas que toda a gente tirou o pé do pedal, e ouviu-se uma tremenda salva de palmas e assobios de adulação. 400 homens esqueceram por momentos o ciclismo para render homenagem à beleza feminina. Coisas de latinos...

147 - 12º PASSEIO DA JUVENTUDE DESPORTIVA DAS FONTAÍNHAS

Realiza-se a 15 de Novembro o 12º Passeio de Cicloturismo da Juventude Desportiva das Fontaínhas, o meu clube.

A partida será dada às 9 horas na sede do clube.

Como é habitual espera-se uma grande afluência de atletas, é conhecida a apetência por parte dos cicloturistas do Algarve e do Alentejo pelo nosso passeio, este ano enriquecido pela participação dos meus amigos andaluzes do Club de Ciclismo de Espartinas e da Peña Ciclista de Lora del Río.

As inscrições podem ser feitas através dos Telemóveis nº 917 531 332 / 969 480 167 ou via e-mail:

joaoarauto@hotmail.com