segunda-feira, 30 de agosto de 2010

193 - NO CALOR DO ALENTEJO.
















Sente-se o cheiro do ciclismo em Almodôvar! Respira-se ciclismo em Almodôvar!
Quantos elementos tem esta equipa? Cadetes, infantis, mulheres, menos jovens, há de tudo. E nem sequer faltou o filho da terra, profissional no Palmeiras Resort - Prio - Tavira, Daniel Mestre, ele também membro dos Tokarolar.
Gente de todo o Alentejo, mas também do Algarve, gente famosa como a ex-campeã nacional Irina Coelho, masters, amantes do ciclismo, não deixaram passar esta oportunidade soberana de desfrutar de uma jornada de ciclismo a sério, que culminou com onze quilómetros de roda-livre e uma sempre espectacular ascensão à capela de Santo Amaro, onde estava instalada a meta.
Rui Santos, do clube da casa, foi o mais forte a cortar a linha de chegada, mas Irina Coelho, em quinto lugar, deu uma lição aos elementos masculinos.
Levei de casa uma geleira com líquidos que fossem suficientes até ao abastecimento. A ideia era levar a água congelada. Com o calor que iria estar, rapidamente descongelaria. Mas não demorou nem meia-hora para ela se transformar em água para chá. Se à sombra o termómetro acusava quase quarenta graus, imagino quanto estaríamos nós a suportar debaixo de um Sol abrasador. Sentia-se o calor a atravessar as camisolas, como se fosse na cozinha onde trabalho...
Entre o abastecimento e a meta tentei racionar a agua, de modo a ter algo para beber antes da subida. Falta-me a parótida, a glândula salivar do lado esquerdo, amputada aquando de uma extracção de um tumor, que nasceu à sua volta, e por isso não consigo produzir saliva suficiente, num dia tão quente como o de ontem. Respirava com a boca aberta, para conseguir encher de ar os pulmões, e sem saliva suficiente, a boca secava como cortiça. Pelo menos essa era sensação que eu tinha...
Não correu mal a minha participação. Muito diferente de Espanha. Aqui não tenho que lutar para não ser o último. Aqui sei que muitos ficarão atrás de mim. Outros nem sequer completaram a tirada, evitando fazer a subida e dirigindo-se directamente para Almodôvar.
Foi um dia memorável. Deu para fazer ciclismo a sério, seguir num grupo, saltar para outro mais à frente, aproveitando a roda de um companheiro com mais força. Ultrapassar e ser ultrapassado. Diferente dos passeios mornos que é costume cá na terra.
Nos últimos metros, em plena subida, fui passado por um ciclista dos Tokarolar. Depois descia-se levemente e aí sou mais forte. Deu para o ultrapassar e aguentar à sua frente na subida final. Cortar a meta à frente dele foi como se tivesse sido eu o campeão do dia. Que felicidade!!!

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