Saímos de casa sem imaginarmos que iríamos participar num memorável dia de ciclismo. Passámos à margem de uma das melhores manifestações de "Ciclismo Para Todos" de que tenho memória, mas isso são acasos da vida.Tenho em minha casa os meus anfitriões aquando da minha participação na Pick & Pay 94.7 , em Joanesburgo. A família Costa, Ronel e Tony, ele, companheiro de pedaladas na sua juventude, do meu cunhado Tino, no Sporting de Lourenço Marques, e agora, frequentemente do meu outro cunhado João Felizardo, com quem compartimos a aventura da corrida na África do Sul, estão a passar uns dias de descanso na minha casa, e como não podia ser de outra maneira, a bicicleta está sempre presente, e aproveitámos para fazer em conjunto este 4º Passeio José Augusto de Brito, em Ourique, do mesmo modo que iremos tomar parte, no que se espera vir a ser um marco no "Ciclismo Para Todos" da nossa região, o Granfondo Algarve.
Uma avaria na bicicleta do Tony não nos permitiu concluir a corrida. Lamentavelmente o carro-vassoura não parou ao passar por nós, que estávamos apeados com a avaria. Esta é 2ª vez que tal me acontece. É missão do carro-vassoura seguir atrás do ultimo ciclista, e assistir a quem esteja apeado. Inclusivamente se um ciclista dá mostras de estar com dificuldades, mesmo continuando a pedalar, o carro-vassoura deve informar-se se o ciclista necessita de qualquer tipo de ajuda. É por isso que está lá, é por isso que a organização da corrida providenciou o carro-vassoura. Mas quem recebeu a missão de conduzir o dito carro, ou se entusiasma com as incidências da corrida, e está mais preocupado em estar por dentro da corrida, brincando e divertindo-se com os ciclistas conhecidos seus, ou não tem a inteligência suficiente para entender a razão pela qual está na corrida...
Mas pronto, este lamentável incidente não manchou a perfeita organização da corrida. Foi mesmo das melhores a que tenho assistido, e afortunadamente, o facto de não poder ter continuado, permitiu-me poder fazer fotografias de uma espectacular chegada à meta dos outros participantes, coisa que normalmente não posso fazer.
Como disse antes, não conhecia este Passeio em Ourique. Ou o clube de Ourique é relativamente jovem, e nunca tive oportunidade de lidar com os seus elementos, ou porque os organizadores da corrida, penso que a Misericórdia local, não usam fazer grande publicidade dela, o facto é que só tinha ouvido falar muito esporadicamente desta corrida, e nunca sobre a sua grande qualidade. Os clubes de Castro Verde, Almodôvar, Ourique, da Sete e da Aldeia de Fernandes são muito dinâmicos, muito participativos, com muitos ciclistas, mas necessitam investir mais na publicidade, para dar a conhecer os seus passeios. Seguramente que em Cycloweb.com será possível ajudar a divulgar os passeios dos clubes alentejanos, um simples e-mail a pedir ajuda bastará para que o meu bom amigo João Dias faça tudo para ajudar a divulgar as corridas alentejanas, que aliás bem merecem.
Assisti do cimo do Castelo de Ourique à chegada do pequeno pelotão que disputava os primeiros lugares. Magnífica imagem! Rolavam a grande velocidade, parecia um filme sacado da Eurosport! E depois o lugar escolhido para a meta desta corrida não podia ter sido melhor. Grande espectacularidade de momentos de ciclismo. Que pena não ter uma máquina fotográfica adequada ao momento...
E os ciclistas, esses, não se negaram ao sacrifício e ao sofrimento. Muito obrigado por me terem proporcionado o prazer de assistir a belos momentos de ciclismo. E não esqueço aqueles, que já não sendo jovens, são uns valentes e não viram a cara à luta. Parabéns Caliço, gostei de te ver, magnífico, a mostrar aos jovens o que é ter garra. E outros, que não conhecendo os seus nomes, mas a quem tenho que tirar o chapéu, valentes. Como aquele, com uma camisola do CAFÉ DE COLOMBIA velhinha, zangado por o terem obrigado a escalar até ao Castelo, mas com uma prestação admirável, ficando no grupo dos primeiros, apesar da sua veterania e do seu peso. A minha admiração e o meu respeito!!!
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