Sento-me em frente do computador, já tenho as fotografias colocadas no blogue, e tenho que confessar que as palavras estão bem mais difíceis de alinhavar do que é costume.
Uma parte de mim quer escrever coisas bonitas sobre este evento, quer que no próximo ano se volte a realizar, quer acreditar que se tornou realidade por carolice, por amor ao ciclismo, de uma pessoa. Outra parte de mim desconfia, e duvida se fará sentido investir numa ideia que parece condenada ao insucesso.
As coisas podiam ter corrido melhor ontem. Se tivessem sido organizadas por gente com experiência na realidade do Cicloturismo ou do Ciclismo Para Todos do Algarve. Ou se, pelo menos, se tivesse recorrido à ajuda de quem está habituado a lidar com estas coisas. Porque foi a primeira vez que se trouxe à estrada uma Maratona de Cicloturismo no Algarve podemos imaginar que para o ano, aprendendo com os erros que foram cometidos desta feita, se poderá fazer muito melhor, e que as pessoas não se sintam defraudadas, como se sentiram este ano.
Um Granfondo é uma maratona de ciclismo, igual às maratonas de atletismo, que proliferam por esse Mundo, onde cada um escolhe como correr. Os profissionais correm pelos lugares de topo, os outros pelas mais diversas motivações, alguns em busca de um bom resultado, outros por pura diversão, muitos por poderem correr ao lado dos craques. No Granfondo não se acautelou as grandes diferenças entre Masters habituados a corridas quase profissionalizadas, e os outros que só buscavam um dia de prazer ciclista, deixando na mesma corrida uns e outros.
Foi notória a falta de sinalização do percurso, esperando que os ciclistas o soubessem de cor, só pela prévia visualização do mapa. Numa prova de roda livre é natural que o pelotão se esfrangalhe, e muitos ciclistas eram de longe, e não tinham a mínima ideia de onde estavam. Chegaram a Faro vindos uns de Olhão, outros de Loulé, muitos sem sequer terem encontrado a meta, onde deveriam validar os tempos marcados no chip.
Da minha parte começou logo mal o dia, tinha um furo antes de começar a corrida, o mesmo sucedeu ao Tony, o companheiro da África do Sul que tem estado de visita na minha casa. Optámos por correr o Circuito Curto, já que ficámos sem câmaras de ar suplentes, e não tínhamos tido anteriormente qualquer oportunidade de treinar. Ainda assim correu muito bem a corrida, com uma muito boa prestação, com excepção para o facto de não encontrarmos o caminho correcto, e o Tony ter feito muitos mais quilómetros e ter que voltar para trás. Logo na separação entre um percurso e o outro seguimos no grupo errado, por não termos vislumbrado qualquer sinalização a dividi-los. Acredito que a esmagadora maioria dos presumíveis participantes do percurso curto se enganou no mesmo local, optando logo ali por abandonar a corrida, desiludidos com o rapidíssimo início de corrida até Tavira, e logo depois com a evidente falta de sinalização e coordenação.
Senti-me à vontade durante toda a corrida, mas ainda bem que não fiz o Circuito Largo. Não teria capacidade de ombrear com os Elites que a dominavam.
Aprender com os erros. Se houver a humildade de se aprender com os erros, analisar o que correu mal, iniciar a preparação do evento de 2011 hoje já, pedir-se a ajuda da Associação e dos clubes, o Granfondo Algarve poderá ser uma experiência a repetir. Mas só se...
domingo, 26 de setembro de 2010
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