quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

154 - DA IMPORTÂNCIA DOS CLUBES E DOS SEUS DIRIGENTES.












Confesso que já me interessei mais pelo ciclismo profissional que agora. Desde que comprei a primeira bicicleta e que participei num passeio de cicloturismo a minha vida nunca mais foi a mesma.

Do ciclismo profissional tenho vindo a perder o interesse devido, primeiro, à criação do Protour ( reparem por exemplo no caso da Volta à Polónia, considerada exemplar a nível organizativo, e por isso fazendo parte do Protour, e que pela mesma razão nela não podem participar as equipas polacas, por serem todas do escalão continental. Imaginem o que seria a Volta a Portugal sem as equipas portuguesas. ) Depois casos como o da não-participação de Mario Cipollini no Tour, por a sua equipa não ser do escalão principal, do maior ciclista da actualidade ( Alberto Contador ) ter sido impedido de correr a Volta à França, e os constantes casos de doping, inclusivamente no nosso país, com o consequente desaparecimento das principais equipas nacionais. É verdade que continuo a seguir a Volta ao Algarve, sempre dou um salto à Volta ao Alentejo e à Volta a Portugal, mas o interesse já não é o que era.
Do cicloturismo só guardo boas recordações. Tenho feito grandes amizades neste meio, muitas das vezes com gente de outras terras, que só vejo por ocasião de um evento. Tenho grande respeito por todas as pessoas que fazem parte dos clubes, e que vão mantendo acesa a chama do amor pelo ciclismo. É nas actividades de cicloturismo que existe o que de melhor e mais puro há no nosso desporto.
Que me perdoem aqueles que criticam os passeios de cicloturismo e as "almoçaradas" que a seguir se organizam. Todos já sabem que eu gosto das corridas com roda-livre, por elas me desloco a Espanha, ao Ribatejo, à Etapa da Volta no Caramulo ou na Senhora da Graça, mas os passeios não são incompatíveis com as "ciclodesportivas", podemos participar nuns e noutras, e as "almoçaradas" são um óptimo veículo de criação de amizades, onde pessoas com o mesmo interesse pelo ciclismo podem dar largas às suas conversas sobre o tema. Não há bebedeiras, nem gente a comer à "grande" como alguns pretendem fazer crer. Há sim um convívio saudável e muito companheirismo. Na Portimão-Fóia e na corrida de Almodôvar também dão um almoço a seguir, e é bem-vindo, especialmente para quem acabou de fazer um esforço enorme com a bicicleta.
As pessoas nas fotos que ilustram este post são um exemplo de cada um dos clubes do Algarve que participam regularmente nos eventos de cicloturismo ou de ciclodesporto. De Aljezur a Vila Real de Santo António há pessoas que amando o ciclismo, se dispuseram a fazer parte de um clube, por terem percebido que as coisas são mais engraçadas em conjunto do que sós. Treinam conjuntamente, participam regularmente ao longo de todo o ano em eventos por todo o Algarve e não só. Alguns são dirigentes desses mesmos clubes, chamam a si a responsabilidade de organizarem as coisas, quase todos dão a cara pelo passeio anual do clube, sempre pretendendo que corra da melhor maneira e que as pessoas se divirtam.
Seria bom que aqueles que se auto excluem de participar nos clubes entendessem que, só cá dentro é que podemos ter voz, que só fazendo parte dum clube podemos esperar fazer as coisas como gostaríamos que elas fossem. Não podemos exigir que façam por nós, temos que ser nós a fazer e a organizar. E é por isso que eu tiro o chapéu às pessoas, que dentro dos seus clubes se dedicam ao nosso desporto, não se limitando a correr, mas também a trabalhar para fazer os outros felizes.
Os clubes organizam os seus passeios de acordo com o que lhes parece melhor. Se optam por uma vertente mais turística ou familiar é porque acreditam que a maioria dos participantes assim o deseja. Para aqueles que, como eu, gostariam de ter corridas mais disputadas, terão que ser eles próprios a criarem condições para a organização de tais eventos, não podem pensar que sejam os outros a fazer por eles. Inscrevam-se nos clubes existentes ou criem outros novos, tenham cartão federativo ( sem ele nunca poderão participar nas marchas espanholas ), façam parte da Associação de Ciclismo do Algarve, através dos clubes para assim poderem dar o vosso contributo à expansão da modalidade. Serão recebidos de braços abertos por pessoas que, como vós, têm um grande amor pela modalidade.

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