terça-feira, 28 de dezembro de 2010

221 - A MALTA DO CICLISMO.

Calhou em conversa, no jantar de Natal a que assisti na semana passada, que um era pedreiro, outro médico, um é canalizador, outro ainda é empresário, e por aí fora.
A maioria saberá que eu sou cozinheiro, já o tenho referido neste blogue alguma vezes.
Mas na generalidae não sabemos o que fazem os companheiros com quem pedalamos em tantas e tantas ocasiões.
Nem isso é importante. Prezamos muito mais os momentos de saudável convívio, de agradáveis conversas ao ritmo de vigorosas pedaladas. Ou durante o almoço que usualmente se serve após o passeio ou a corrida.
Sei de carteiros, empregados de mesa, camionistas. Vendedores e professores. Mas em cima da bicicleta somos só companheiros de prazer e sofrimento. Falamos e brincamos quando o ritmo é mais leve, calamo-nos quando a coisa aperta, especialmente quando é a subir. Aí a conversa é outra. Suamos, arfamos, inspiramos e expiramos, mas não dizemos nada. Não há nem doutores, nem maquinistas, nem comerciantes, nem agricultores. Há só companheiros a quem este desporto uniu em amizade fraterna.
Desvanecem-se diferenças, esquecem-se as origens sociais, não é quem tem estudos ou dinheiro que mais pode. Quem tem unhas é que toca viola.
Até se pode ter uma bicicleta mais cara que os outros, mas quem mais treina é que melhor se safa. A subir, a descer, a rolar. Polícias, mecânicos, engenheiros e pintores. Todos diferentes, todos iguais.

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