sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

222 - 2010 CHEGA AO FIM. QUE VENHA 2011.







Não foi um ano dos melhores, mas não foi mau de todo. Continuo a sofrer os problemas causados pela operação às hérnias, não encontro maneira de me colocar sobre o selim, frequentemente me dói um testículo quando pedalo, e inconscientemente passo grande parte do tempo em pé sobre a bicicleta, de modo a aliviar a dor, mas o problema nas costas praticamente desapareceu.

O que não consegui resolver mesmo foi o aumento de peso, mas devo reconhecer que é minha culpa, não fiz os quilómetros que deveria ter feito. Às vezes, depois de uma árdua semana de trabalho, apetece mesmo é ficar mais umas horas na cama quando chega o fim de semana. Mas não faz mal, a vida não pode ser toda orientada em função do ciclismo, o descanso e o estar com a família são preciosos. Só faz sentido se não se tornar numa ditadura.

De qualquer modo não foram assim tão poucos os eventos em que participei, e se a mais não fui, foi porque não era mesmo possível. Acresce o facto de o meu clube quase já não existir, e cada vez que quero participar numa corrida ou passeio o ter de fazer por minha conta. Significa isto que por vezes, mesmo que queira não posso participar, se uma prova se inicia num lugar e termina noutro, como é o caso do Sesimbra-Algarve, o Alcoutim-Tavira, o Tróia-Sagres, sem o apoio de um carro da equipa não é possível. A minha esposa sempre se oferece para me dar apoio nessas adversidades, mas não lhe posso sacrificar sempre o único dia de folga semanal.

De qualquer modo estive nas seguintes actividades:

  1. Subida a Ordino-Arcalís e Pas de la Casa, em Andorra,
  2. Bênção dos Ciclistas, em Albufeira,
  3. Etapa da Volta ao Algarve, em Lagoa,
  4. Do Campo Branco ao Mar, em Castro Verde,
  5. Passeio do Campesino, no Monte Francisco,
  6. Brevet Terras do Infante, em Lagos,
  7. Clássica Portimão-Fóia, em Portimão,
  8. Passeio do Monte Figo Team, em Faro,
  9. Rota da Sopa da Pedra, em Almeirim,
  10. Marcha Villa de Espartinas, em Espartinas, Espanha,
  11. Marcha de Fuentes, em Fuentes de Andalucía, Espanha,
  12. Marcha de Brenes, em Brenes, Espanha,
  13. Passeio dos Tokarolar, em Almodôvar,
  14. Marcha Javier Ramírez Abeja, em Lora del Río, Espanha,
  15. Passeio José Augusto de Brito, em Ourique,
  16. GranFondo Algarve, em Faro,
  17. FestibalBike, em Lisboa,
  18. Homenagem aos Cicloturistas, em Tavira e
  19. Passeio da J.D. Fontaínhas, em Albufeira.

De entre todos os eventos de que fiz parte, alguns me merecem especial relevo, pela qualidade posta na sua organização, ou pelo facto de terem proporcionado bons momentos de ciclismo. Entre estes últimos tenho que destacar a Marcha de Lora del Río, não só pelo empenho dos organizadores nos aspectos que envolveram o passeio, com um fabuloso abastecimento, a oferta de um "maillot" alusivo e diversas outras prendas, mas acima de tudo pelo nível competitivo, onde se respirou ciclismo a sério. Bom ciclismo se viveu no GranFondo Algarve, mas a organização deixou muito a desejar. Excelentes foram o Terras do Infante e o Portimão-Fóia, o Passeio do Monte Figo, o FestivalBike, o Passeio de Almodôvar e a grande surpresa que foi para mim o passeio de Ourique, talvez o mais espectacular a que assisti este ano.

O Passeio promovido pelo Inatel, de Castro Verde a Albufeira, pecou por alguma desorganização, mas tem condições para ser fabuloso, aliás já participei em edições anteriores e que se revelaram impecáveis. Os motards da polícia devem ser instruídos para regularem a saída dos ciclistas após o abastecimento, de modo a manter o pelotão unido ao sair, para evitar que uns partam antes dos outros.

Em Almeirim nada há a melhorar, é um "must" este Rota da Sopa da Pedra. Desde o nível de participantes até ao almoço tudo é porreiro em Almeirim. Abençoado Ribatejo!

Em Almodôvar a qualidade a que sempre nos habituaram. Excelente o ciclismo, excelente o ambiente e a organização.

Boas as Marchas de Brenes e Espartinas, mas perderam muito a nível organizativo, desde que fazem parte do circuito de Sevilla.

O Passeio do Campesino é deveras interessante, com o destaque de se atravessar a fronteira pela Ponte Internacional do Guadiana, facto que normalmente não seria possível de bicicleta, e o abastecimento se efectuar no barco de ligação a Espanha. A passagem por território de "nuestros hermanos" é outro aliciante. Pena que não tenham convidado companheiros do outro lado da fronteira, o ciclismo pode ser um excelente mote para cultivar a amizade entre os povos.

Diria que o nível geral do cicloturismo no Algarve é agora bastante elevado. Tenho pena de não me ter sido possível estar no Inter-Concelhos e em mais alguns passeios, mas a vida é assim. Os outros passeios, onde propositadamente se corre me um modo mais calmo, têm a sua razão de ser, e embora não sejam os meus favoritos, estou perfeitamente de acordo que sejam assim, para que toda a gente tenha oportunidade de neles participarem. E a prova da sua razão de ser está na grande popularidade de que desfrutam.

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