segunda-feira, 13 de julho de 2009

125 - RITUAIS

Já presenciei o facto de haver cicloturistas impedidos de participarem em passeios ou provas, por factos tão simples como o terem-se esquecido dos sapatos em casa...
Todos os que andamos nestas coisas sabemos como certos rituais são importantes para o bom desenrolar duma prova. Ter o "mise-en-place" bem organizado evita situações de pânico e assegura que tudo irá decorrer da melhor maneira.
Durante a semana antes da corrida lavamos a bicicleta, oleamos a corrente, as juntas, a cassete. Verificamos os travões e as mudanças. Uma regra de ouro é não inventar nada para o dia da corrida. Não podemos experimentar um selim ou uns sapatos novos numa corrida, sob pena de ir tudo por água abaixo por uma coisa tão simples. O que houver a mudar fazêmo-lo com a devida antecedência, treinamos uma ou duas vezes para comprovar que está tudo em conformidade.
Correr em Espanha implica pedir autorização à Federação e informar o seguro que vamos participar em tal prova. Sem isso podem invocar que não estávamos autorizados e não assumir despesas de saúde. Para não haver problemas há que pedir a autorização por fax com cerca de 15 dias de antemão.
No dia anterior à corrida verificamos os acessórios: câmaras de ar, bomba de ar, ferramentas, CO2, bidons, máquina fotográfica, sapatos, meias, calções, camisola, luvas, capacete, banda anti-suor, óculos de desporto. No Inverno juntamos calças ou pernitos, corta-vento ou casaco, manguitos, impermeável, gorro, camisola interior.
Há que pensar no banho: toalha, pente ou escova, champô, roupa e calçado para mudar.
Temos que levar uma bolsa com dinheiro, autorização, cartão da FPC/UVP, documentos do carro, telemóvel. Se possível um mapa do percurso de fácil leitura.
Levo sempre um pequeno-almoço para tomar antes da partida. Duas sandes, termo com café, duas bananas. E barritas energéticas, gel, magnésio de absorção rápida contra as cãibras (durante os abastecimentos peço gelo que coloco entre a pele e os calções, é óptimo), eventualmente marmelada da Isostar, bebidas isotónicas.
No Verão tenho sempre comigo uma geleira com água para quando acaba a corrida. Nesse ponto já não há abastecimento para ninguém.
Não esquecer o dorsal, se previamente entregue, e alfinetes de dama para o prender à camisola.
Quando durmo no carro antes da corrida, uma almofada é imprescindível. Sem ela não consigo agarrar o sono. E desde que deixei de fumar levo sempre pastilhas elásticas para a viagem.
Enfim, rituais que fazem parte do jogo. Sem eles tinha tudo menos piada.

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